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Adestradora adverte os pais sobre hábito inofensivo com o cachorro da família — que pode colocar as crianças em risco

Uma treinadora de cães de Chicago fez um alerta importante para quem tem filhos pequenos em casa: existe um hábito “perigoso” que muitos pais têm com seus cães – e que deve ser evitado na presença das crianças. Shir Limazati, adestradora certificada e especialista em reforço positivo, é dona da empresa Another Chance Training. Ela contou à Newsweek que batizou o negócio em homenagem ao seu cão, um Labrador Retriever Chocolate de 9 anos chamado Chance. Mas o nome também reflete algo maior.

“Batizei também em homenagem à minha filosofia de vida e de treinamento”, explicou. “Não acredito exatamente em ‘segunda chance’. Acredito que você tem quantas forem necessárias – tanto cães quanto pessoas.”

Boa parte do trabalho de Shir envolve ajudar famílias que têm filhos e cães vivendo juntos. “Não ensino só os pais a adestrar seus cães. Também mostro como ensinar os filhos a fazer isso, como respeitar o espaço do animal, estabelecer limites e conviver com segurança”, contou.

Ela é uma defensora convicta do reforço positivo, ou seja, nada de punições ou métodos baseados na força. E com a experiência de já ter lidado com mais de 3.000 casos nos últimos cinco anos, Shir viu de tudo: cães com ansiedade, medo de estranhos, reatividade na guia, receio de ir ao veterinário e até medo de crianças.

Apesar de cada família ter uma situação única, Shir percebeu um padrão se repetindo com frequência durante as consultas iniciais. “Muitas vezes, as famílias me diziam que tinham o cachorro antes do bebê nascer. Aí, quando o bebê crescia e começava a se aproximar do cachorro, principalmente do rosto, acabava sendo mordido ou arranhado”, relatou.

Como sabe, por experiência, que crianças imitam os pais, Shir decidiu criar um vídeo educativo para ajudar os adultos a evitarem esse tipo de situação. E ela tem razão em se preocupar.

Um estudo publicado em 2021 no Western Journal of Emergency Medicine mostrou que mordidas de cães ainda são muito comuns entre crianças. As que mais correm risco são as de 1 a 5 anos. O levantamento analisou quase mil casos entre 2013 e 2018.

Shir postou o vídeo no perfil @anotherchancetraining, como um lembrete para os pais: o exemplo que você dá ao lidar com seu cachorro é o que seu filho vai seguir.

“Tem muita coisa que pode e deve ser feita para manter crianças seguras perto de cães. Mas um bom começo é entender que o jeito como um adulto demonstra afeto ao cachorro nem sempre será bem tolerado vindo de uma criança”, explicou.

Segundo ela, o problema é quando os pais fazem coisas com o cachorro que ele só tolera deles – mas não das crianças. Isso pode criar uma situação perigosa, como uma mordida.

Claro que o treinamento é essencial para o cão. Mas Shir acredita que a educação das crianças sobre como se comportar com cães é igualmente importante.

“Os pais estão educando os tutores de animais do futuro”, disse. “Assim como ensinamos sobre dinheiro, tarefas, convivência na escola… ser um tutor responsável também é parte da formação de uma criança.”

No mínimo, toda criança deveria saber o que fazer (ou não fazer) ao visitar uma casa com cachorro ou ao ver um cachorro no parque. Afinal, é comum ver crianças correndo em direção a cães estranhos e tentando tocá-los sem pedir permissão ou ter um adulto por perto.

E a mensagem final de Shir é direta: seja proativo. Se você tem crianças e cães em casa, vale muito a pena contratar um adestrador certificado para ajudar a garantir essa convivência com segurança.

“Mesmo que seu cão seja tranquilo, jovem, velho ou super amigável, o treinamento vai beneficiar tanto ele quanto as crianças”, disse. “E sempre escolha a cautela – ninguém se arrepende de ter sido cuidadoso demais.”

Imagem do post gerada pelo ChatGPT

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